Ontem, conversando com um amigo sobre o momento de vida e de carreira dele, me assustei com sua história e imaginei esse mesmo enredo na vida de milhares de pessoas, pois ele trabalhou durante 10 anos na empresa Avianca, que simplesmente encerrou suas operações no Brasil, e todos os funcionários e suas famílias foram prejudicadas por falta de recursos ou outras oportunidades (quem deles será que tinha parcela de carro, da casa, escola dos filhos ou necessidade de colocar o arroz e feijão nos pratos). Quem tinha algum dinheiro guardado, ok! mas quem não logo se viu em um mato sem cachorro?

Parece clichê ou papo de vendedor esse título para lhe vender uma previdência privada – principalmente após a aprovação da Reforma da Previdência – ou incentivar o investimento em alguma aplicação que renda acima do CDI.

Meu desejo é pensarmos juntos como estão suas finanças, pois muitas vezes podemos ser surpreendidos pela vida e/ou não percebemos aonde está indo todo nosso salário e o mês fica muito mais longo que nossos rendimentos, POUCO IMPORTANDO quanto ganhamo$ e sim COMO GASTAMO$.

Você tem clareza de quanto você ganha mensalmente? Quais são seus principais gastos fixos e quanto isso representa da sua renda? E principalmente, quais são os gastos eventuais? Cafezinho, chocolate, sobremesa, roupas e sapatos, comer na rua ou a ida ao shopping.

Mesmo que tenhamos a questão psicológica envolvida e “achamos” que somos merecedores, é importante termos clareza sobre nossas finanças para não sermos surpreendidos amanhã ou depois com uma bola de neve financeira nos juros do cartão de crédito ou até um desemprego inesperado.

Eu participei de um curso na área financeira, que no grupo éramos 35 participantes, destes, 95% eram bancários. Um dia a instrutora questionou quem possuía valores investidos pensando no futuro. Todos riram muito e frases como “vixe, estou aguardando o próximo crédito do VA (vale alimentação) e VR (vale refeição)”, “Não vejo a hora de cair a PLR (participação nos lucros e resultados) para pagar o cartão ou o limite da conta”. Fiquei chocado, pois como será o amanhã de todos esses especialistas financeiros e pior, são eles que orientam os clientes com o mesmo perfil.

Em uma publicação da revista Exame, foi realizada uma pesquisa que comprova que a inadimplência impacta e muito na produção dos colaboradores, por mais que exista a máxima de “deixar os problemas pessoais do lado de fora, vestir a capa de super-herói profissional e trabalhar”.

Se quiser ter um futuro diferente, comece a mudança hoje, anotando todos os seus gastos para ter noção de quais são as principais torneiras que precisam ser fechadas para que você busque sua independência financeira ou ao menos noites de sono mais tranquilas.

Hoje em dia existem vários aplicativos gratuitos que auxiliam nesse controle (Guia de bolso, controle financeiro pessoal), espero que essa mudança aconteça o quanto antes, para saber sua resposta, que espero que seja diferente daqui algum tempo em relação a essa provocação: “Por quanto tempo você viveria com tudo que tem guardado ou investido?”.

Por Luís Caversan, educador, palestrante cooperativista e diretor vice-presidente da Cooperativa Coletiva