Educação Financeira como Compromisso Institucional: a Resolução Conjunta nº 8/2023 e as oportunidades para as cooperativas de crédito
Educação financeira deixou de ser boa prática e virou obrigação formal — mas, no cooperativismo de crédito, ela já é essência.
Por Fernanda Chidem, vice-presidente da Cooperativa Coletiva
9/18/20252 min read
A educação financeira sempre foi um tema relevante para o cooperativismo de crédito, que pioneiro no mercado financeiro trazendo à luz este assunto.
Porém, com a publicação da Resolução Conjunta nº 8, de 21 de dezembro de 2023, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ela deixou de ser apenas uma boa prática: tornou-se obrigação formal para bancos e cooperativas. Uns sofrem mais com essa decisão, outros menos. Para as instituições financeiras tradicionais, os protocolos são cumpridos sem afinco, apenas para não serem multados, notificados etc. Nas cooperativas de crédito, não se brinca em serviço. É tudo levado muito a sério, desde as ações pontuais, no atendimento do dia a dia dos associados, formações nas escolas, entidades de classe, comunidade em geral, até volumosas ações da semana ENEF. Essa resolução determina que as instituições financeiras devem promover ações de educação financeira voltadas à população, com especial atenção aos seus clientes e associados. Essa mudança normativa é significativa. Ela reconhece que a educação financeira é uma ferramenta essencial para a autonomia das pessoas, para o uso consciente do crédito e para a sustentabilidade do sistema financeiro nacional – preocupação muito pertinente do Bacen. No caso das cooperativas de crédito, a responsabilidade vai além do cumprimento legal. Trata-se de cumprir o propósito de ser cooperativa: gerar valor real para os associados, promovendo bem-estar financeiro e desenvolvimento local. A Educação Financeira está na prática de cada princípio. A Resolução nº 8 fortalece, portanto, uma agenda que já estava em curso em muitas cooperativas. Mas também impulsiona a necessidade de estruturar melhor essas ações, com programas contínuos, acessíveis e segmentados de acordo com o perfil dos associados. Nesse cenário, contar com parceiros especializados e com experiência em educação cooperativa faz toda a diferença. É nesse contexto que a Coletiva, nossa cooperativa de educação, se coloca como aliada estratégica. Atuamos no desenvolvimento de formações personalizadas para o cooperativismo e para o negócio, e temos um portfólio consistente e atualizado em educação financeira, que pode ser adaptado às realidades locais de cada cooperativa. Nossos programas não são genéricos. Eles são desenhados a partir do perfil dos públicos atendidos — jovens, trabalhadores rurais, aposentados, empreendedores, pessoas físicas de baixa e alta renda ou servidores públicos — e buscam dialogar com suas vivências, linguagens e desafios. Usamos em todas as nossas formações a CODIFICA, nossa metodologia, e levamos o conteúdo por meio de experiências práticas e ferramentas que ajudam os associados e os colaboradores a tomarem decisões mais conscientes sobre seu dinheiro e sua vida financeira. Além disso, ajudamos as cooperativas a dar resposta concreta ao que a Resolução exige, contribuindo com a entrega dos conteúdos. É um trabalho conjunto que valoriza o papel educativo das cooperativas, fortalece o vínculo com os associados e impulsiona a imagem da instituição como parceira de verdade no dia a dia das pessoas. A obrigação está posta, mas a oportunidade vai além da norma. Levar educação financeira aos associados é investir em um cooperativismo mais forte, sustentável e conectado com os reais interesses de seus membros. E é isso que nós, da Coletiva, fazemos com orgulho, responsabilidade e compromisso, afinal, somos cooperativa!